sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A terra inteira e o céu infinito, Ruth Ozeki

Oi gente! Estou pensando em mil formas de começar a falar desse livro. Primeiro quis falar da capa, que lembra aquele desenho famoso de onda (A grande onda de Kanagawa de Katsushika Hokusai), mas aí descobri que a capa original não tem nada a ver e que essa versão brasileira foi escolhida por leitores no facebook da editora; depois pensei então em falar na tradução do título, que no original é "a tale for the time being", mas aí não consegui saber se o "time being" se referia ao "ser-tempo" descrito no livro ou sobre algo temporário já que estamos em constante mudança e o livro também fala sobre isso; aí pensei em falar da autora - que tem grande influência budista, mas não queria ser superficial em falar de alguém que só li um livro. 

O jeito é seguir o padrão com minha sinopse mais que resumida: Ruth é uma escritora, de descendência japonesa, que mora numa ilha afastada no Canadá e um dia encontra uma lancheira da Hello Kitty na praia contendo um diário de uma adolescente japonesa de 16 anos chamada Naoko Yasutani.


Acompanhamos as duas personagens: o diário de Nao e a reação de Ruth ao ler cada trecho. O diário está em japonês, tem umas cartas em japonês e francês junto. Nao morava nos EUA, o pai perdeu o emprego e eles voltaram pobres para o Japão. O pai (ou Haruki nº2) entrou em depressão e tenta se matar (constantemente).


No início já achamos o livro bem reflexivo pois Nao nos conta que a bisavó dela é uma monja, está viva e tem 104 anos. No início é dela que ela quer falar, mas o assunto se desvia pra vida da própria adolescente.


O início parece só uma adolescente em conflito com o pai deprimido tentando se suicidar, sendo perseguida na escola por ser considerada uma estrangeira no próprio país, mas aí de repente estamos falando em segunda guerra mundial, budismo, tsunami e até na relação autor-leitor e real ou ficcional... 


Lá pela metade do livro ele começa a ter uns toques de fantasia e é isso o que deixa tudo mais interessante! Se o início parecia bem filosófico, do meio pro fim ele parece querer por em prática as teorias metafísicas! Confesso que estava ficando meio cansada do livro, mas a partir daí eu não pude parar de ler. Estava ficando meio enjoada dele, mas aí tudo fez sentido.


Até o diário da Nao fica mais sério. E eu quis chorar, fiquei com raiva, com medo, ansiosa... Não é um livro para os fracos. Não pense que é porque é japonês que vai ser tudo calmo... em alguns momentos quis parar um pouco de ler pra descansar de tanta crueldade. Mas o melhor foi ter continuado. Ainda estou sob seu efeito... impressionada.


Leiam. Só isso.


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